sábado, dezembro 15, 2012

quarta-feira, outubro 10, 2012

Carta da filha de José Genoino, Miruna Genoino



Por Miruna Genoino





"A coragem é o que dá sentido à liberdade".



Com essa frase, meu pai, José Genoino Neto, cearense, brasileiro, casado, pai de três filhos, avô de dois netos, explicou-me como estava se sentindo em relação à condenação que hoje, dia 9 de outubro, foi confirmada. Uma frase saída do livro que está lendo atualmente e que me levou por um caminho enorme de recordações e de perguntas que realmente não têm resposta.





Lembro-me que quando comecei a ser consciente daquilo que meus pais tinham feito e especialmente sofrido, ao enfrentar a ditadura militar, vinha-me uma pergunta à minha mente: será que se eu vivesse algo assim teria essa mesma coragem de colocar a luta política acima do conforto e do bem estar individual? Teria coragem de enfrentar dor e injustiça em nome da democracia?



Eu não tenho essa resposta, mas relembrar essas perguntas me fez pensar em muitas outras que talvez, em meio a toda essa balbúrdia, merecem ser consideradas...



Você seria perseverante o suficiente para andar todos os dias 14 km pelo sertão do Ceará para poder frequentar uma escola? Teria a coragem suficiente de escrever aos seus pais uma carta de despedida e partir para a selva amazônica buscando construir uma forma de resistência a um regime militar? Conseguiria aguentar torturas frequentes e constantes, como pau de arara, queimaduras, choques e afogamentos sem perder a cabeça e partir para a delação? Encontraria forças para presenciar sua futura companheira de vida e de amor ser torturada na sua frente? E seria perseverante o suficiente ao esperar 5 anos dentro de uma prisão até que o regime político de seu país lhe desse a liberdade?



E sigo...



Você seria corajoso o suficiente para enfrentar eleições nacionais sem nenhuma condição financeira? E não se envergonharia de sacrificar as escassas economias familiares para poder adquirir um terno e assim ser possível exercer seu mandato de deputado federal? E teria coragem de ao longo de 20 anos na câmara dos deputados defender os homossexuais, o aborto e os menos favorecidos? E quando todos estivessem desejando estar ao seu lado, e sua posição fosse de destaque, teria a decência e a honra de nunca aceitar nada que não fosse o respeito e o diálogo aberto?



Meu pai teve coragem de fazer tudo isso e muito mais. São mais de 40 anos dedicados à luta política. Nunca, jamais para benefício pessoal. Hoje e sempre, empenhado em defender aquilo que acredita e que eu ouvi de sua boca pela primeira vez aos 8 anos de idade quando reclamava de sua ausência: a única coisa que quero, Mimi, é melhorar a vida das pessoas...



Este seu desejo, que tanto me fez e me faz sentir um enorme orgulho de ser filha de quem sou, não foi o suficiente para que meu pai pudesse ter sua trajetória defendida. Não foi o suficiente para que ganhasse o respeito dos meios de comunicação de nosso Brasil, meios esses que deveriam ser olhados através de outras tantas perguntas...



Você teria coragem de assumir como profissão a manipulação de informações e a especulação? Se sentiria feliz, praticamente em êxtase, em poder noticiar a tragédia de um político honrado? Acharia uma excelente

ideia congregar 200 pessoas na porta de uma casa familiar em nome de causar um pânico na televisão? Teria coragem de mandar um fotógrafo às portas de um hospital no dia de um político realizar um procedimento cardíaco? Dedicaria suas energias a colocar-se em dia de eleição a falar, com a boca colada na orelha de uma pessoa, sobre o medo a uma prisão que essa mesma pessoa já vivenciou nos piores anos do Brasil?



Pois os meios de comunicação desse nosso país sim tiveram coragem de fazer isso tudo e muito mais.



Hoje, nesse dia tão triste, pode parecer que ganharam, que seus objetivos foram alcançados. Mas ao encontrar-me com meu pai e sua disposição para lutar e se defender, vejo que apenas deram forças para que esse genuíno homem possa continuar sua história de garra, HONESTIDADE e defesa daquilo que sempre acreditou.



Nossa família entra agora em um período de incertezas. Não sabemos o que virá e para que seja possível aguentar o que vem pela frente pedimos encarecidamente o seu apoio. Seja divulgando esse e/ou outros textos que existem em apoio ao meu pai, seja ajudando no cuidado a duas crianças de 4 e 5 anos que idolatram o avô e que talvez tenham que ficar sem sua presença, seja simplesmente mandando uma palavra de carinho. Nesse momento qualquer atitude, qualquer pequeno gesto nos ajuda, nos fortalece e nos alimenta para ajudar meu pai.



Ele lutará até o fim pela defesa de sua inocência. Não ficará de braços cruzados aceitando aquilo que a mídia e alguns setores da política brasileira querem que todos acreditem e, marca de sua trajetória, está muito bem e muito firme neste propósito, o de defesa de sua INOCÊNCIA e de sua HONESTIDADE. Vocês que aqui nos leem sabem de nossa vida, de nossos princípios e de nossos valores. E sabem que, agora, em um dos momentos mais difíceis de nossa vida, reconhecemos aqui humildemente a ajuda que precisamos de todos, para que possamos seguir em frente.



Com toda minha gratidão, amor e carinho,



Miruna Genoino - 09.10.2012

José Dirceu se dirige ao Povo Brasileiro!

AO POVO BRASILEIRO




No dia 12 de outubro de 1968, durante a realização do XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, fui preso, juntamente com centenas de estudantes que representavam todos os estados brasileiros naquele evento. Tomamos, naquele momento, lideranças e delegados, a decisão firme, caso a oportunidade se nos apresentasse, de não fugir.



Em 1969 fui banido do país e tive a minha nacionalidade cassada, uma ignomínia do regime de exceção que se instalara cinco anos antes.



Voltei clandestinamente ao país, enfrentando o risco de ser assassinado, para lutar pela liberdade do povo brasileiro.



Por 10 anos fui considerado, pelos que usurparam o poder legalmente constituído, um pária da sociedade, inimigo do Brasil.



Após a anistia, lutei, ao lado de tantos, pela conquista da democracia. Dediquei a minha vida ao PT e ao Brasil.



Na madrugada de dezembro de 2005, a Câmara dos Deputados cassou o mandato que o povo de São Paulo generosamente me concedeu.



A partir de então, em ação orquestrada e dirigida pelos que se opõem ao PT e seu governo, fui transformado em inimigo público numero 1 e, há sete anos, me acusam diariamente pela mídia, de corrupto e chefe de quadrilha.



Fui prejulgado e linchado. Não tive, em meu benefício, a presunção de inocência.



Hoje, a Suprema Corte do meu país, sob forte pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que dizem os autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de provas e a minha inocência. O Estado de Direito Democrático e os princípios constitucionais não aceitam um juízo político e de exceção.



Lutei pela democracia e fiz dela minha razão de viver. Vou acatar a decisão, mas não me calarei. Continuarei a lutar até provar minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei abater.



Minha sede de justiça, que não se confunde com o ódio, a vingança, a covardia moral e a hipocrisia que meus inimigos lançaram contra mim nestes últimos anos, será minha razão de viver.



Vinhedo, 09 de outubro de 2012

José Dirceu



www.zedirceu.com.br



terça-feira, outubro 09, 2012

Hasta la victoria siempre (1967)

Hasta la victoria siempre (1967) Santiago Alvarez

Documental que muestra diversos aspectos de la vida del heroico guerrillero Ernesto Che Guevara.

Santiago Alvarez
Director: Santiago Alvarez



http://www.youtube.com/watch?v=oul_bnjebCQ&feature=player_embedded#!

Che: A história por trás da fotografia


A história por trás da fotografia de Che





Em 5 de março de 1960, Che, decretado “cubano de nascimento” por seu companheiro Fidel Castro, assistia com outros líderes da revolução recém nascida ao funeral de mais de cem vítimas do atentado contra o porto de Havana e o vapor francês ” La Coubre”, carregado de armas.
A imprensa cubana recorda que era um dia cinza, com temperatura abaixo de 20 graus, e que Korda não dimensionou a princípio a importância da imagem captada com sua câmara Leika, que, anos depois, correria o planeta, estampada em livros, cartazes, fachadas de edifícios e camisetas da moda. A fotografia tornou-se não só a mais reproduzida, como uma das mais veneradas e comercializadas no século XX.
Foi naquele dia também que o líder da revolução, Fidel Castro lançou pela primeira vez a sua não menos famosa palavra de ordem “patria ou morte!”, no caloroso discurso para milhares de pessoas que assistiam ao funeral-manifestação, com Che em segundo plano.
Perto do argentino, estavam os intelectuais franceses Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, a quem perseguia Korda, fotógrafo do jornal Revolución. A foto do guerrilheiro foi quase acidental. A tribuna do evento estava repleta de autoridades e Korda teve apenas 45 segundos para fotografá-la.
De Che, fez apenas duas fotos: uma vertical e outra horizontal, que acabou se transformando em um ícone dos movimentos de esquerda em todo o mundo. De acordo com o próprio fotógrafo, Guevara tinha um olhar tão tenso que o incomodou por um momento, mas não o suficiente para interromper de imediato as duas fotografias, antes que Che desaparecesse novamente atrás das autoridades da primeira fila.
A foto “não foi concebida, foi intuída”, disse Korda. Ele explicou que logo aperfeiçoou o trabalho no laboratório para destacar o olhar, recortando, do lado esquerdo da foto, o perfil de outra pessoa e, do direito, a inevitável palmeira tropical.
Estava pronto o famoso retrato posteriormente denominado “Guerrilheiro Heróico”, reproduzido em milhares de variações em homenagem a Che, que combateu em vários países da América Latina e África antes de morrer em uma aldeia quase deserta dos Andes da Bolívia, apenas sete anos depois.
Korda declarou tempos depois que sua foto capturou todo “caráter, firmeza, estoicismo e determinação” que Guevara possuía. Ela não foi inicialmente apreciada e sequer acompanhou a reportagem publicada pelo Revolución no dia seguinta à sabotagem de “La Coubre” e do enterro massivo. Korda a ampliou e pendurou em seu estudo, junto com um retrato do poeta chileno Pablo Neruda e imagens familiares.
O trabalho foi publicado pela primeira vez cinco meses mais tarde, para ilustrar uma notícia sobre a presença de Guevara em um evento do governo, mas passou despercebido. Só se tornou conhecido de fato após a morte de Che nas montanhas bolivianas, quando o próprio Fidel Castro buscou uma imagem sua para um cartaz de um metro por 70 centímetros, apresentado em 1967 na Itália.
Korda não cobrou nenhum centavo por seu retrato mais difundido, embora o empresário italiano que reproduziu aquele primeiro cartaz tenha vendido em poucos meses um milhão de cópias, sem sequer mencionar o fotógrafo.
Jonathan Green, diretor do Museu de Fotografia da Universidade da Califórnia em Riverside, afirmou certa vez que “a imagem de Korda se transformou num idioma ao redor do mundo. Se transformou num símbolo alfa-numérico, num hieróglifo, um símbolo instantâneo. Ela reaparece misteriosamente sempre que há um conflito. Não há nada na história que funcione desse jeito”.

quarta-feira, outubro 03, 2012

Dilma para Aécio: não saí de BH para ir à praia


Dilma para Aécio: não saí de BH para ir à praia

Do UOL
Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em Belo Horizonte
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A presidente Dilma Rousseff (PT) respondeu à crítica do senador Aécio Neves (PSDB-MG) sobre ser uma "estrangeira" na eleição em Belo Horizonte, durante comício do candidato do PT à prefeitura da cidade, Patrus Ananias, na região do Barreiro. "Nasci aqui no hospital São Lucas. Saí daqui para lutar contra a ditadura e não para ir à praia", afirmou.
Ver em tamanho maior
Imagens da corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte
Foto 164 de 164 - 3.out.2012 - O candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias (à dir.), recebe o apoio da presidente Dilma Rousseff (à esq.) no comício realizado na praça da Febem, no Barreiro, zona sul da capital mineira, na noite desta quarta-feira. No local, a presidente disparou ataques contra o senador Aécio Neves (PSDB) Mais Carlos Roberto/Hoje Em Dia/Estadão Conteúdo
Aécio tem dado entrevistas em que faz criticas ao que chama de "interferência" da presidente no processo sucessório na Prefeitura de Belo Horizonte.
Em julho deste ano, em entrevista ao blog do Josias, o tucano disse, que "mineiro sabe fazer suas escolhas sozinho, não precisa de conselhos externos". Na mesma entrevista, ele afirmou que Dilma "é uma mineira curiosa, que acomodou oito gaúchos no ministério".
"Acho muito estranho, muito suspeito, alguém me acusando de ser estrangeira", disse Dilma, em seu discurso. "Na minha veia corre o sangue de Minas Gerais", disse a presidente.
Ela afirmou que começou sua militância política, em 1968, em Belo Horizonte. "Aqui aprendi que mineiro tem a capacidade de lutar pelo país", afirmou para cerca de 3.000 pessoas, conforme a organização do evento.
Nomeação de Marta
Dilma afirmou ainda que a nomeação da senadora Marta Suplicy (PT-SP) para o Ministério da Cultura não tem relação com as eleições em São Paulo --a petista teria sido nomeada após acordo para entrar na campanha de Fernando Haddad (PT).
"A Marta [Suplicy] será a melhor ministra da Cultura que esse país já teve", afirmou.
Royalties do minério
A presidente disse durante o ato em Belo Horizonte que vai enviar ao Congresso uma nova lei dos royalties do minério, aos moldes da legislação do petróleo. "Não há possibilidade de não aprovarmos uma lei da mineração", disse. A proposta anterior foi vetada pela presidente. A matéria sofreu críticas de Aécio Neves.

DOIS CUBANOS...

DOIS CUBANOS, FALTA APENAS UM PARA FECHAR UMA BAITA FLOR CUBANA...FREI BETTO!!! HEHEHEH

terça-feira, outubro 02, 2012

Debate com dois protagonistas e dois franco-atiradores!



O debate realizado pela TV nativa, na noite de ontém (02-10-12) teve dois protagonistas e dois franco-atiradores: Fernando Marroni  e Eduardo leite foram os principais personagens do debate, enquanto que  Jurandir Silva e Matteo Chiarelli foram os responsáveis pelas tentativas de desestabilizar as candidaturas protagonistas,especialmente a do campo da esquerda, representada por Marroni.


Primeiro ponto a ser destacado foi o notável aspecto de abalado, do candidato Catarina. Seu semblante não esconde a decepção em relação ao desempenho declinante de sua candidatura. Teve uma participação morna e protocolar, não fugindo do script que sua coordenação de campanha estabeleceu. Surpreendeu, apenas, ao deixar de lado sua postura agressiva em relação aos dois protagonistas da eleição: Marroni e Leite.

Quanto aos dois franco-atiradores, Jurandir e Matteo, manteram suas posturas de combate, especialmente Matteo, que parecia estar transtornado, nos duros ataques de baixo nível que fez ao petismo em geral - de Lula a Dilma, passando por Tarso e chegando em Marroni. Certamente, foi o candidato com o pior desempenho. Matteo parecia estar tomado de uma raiva profunda em relação a Marroni.

O candidato do governo Fetter, Eduardo Leite, manteve o tom e interpretou bem o personagem que encarno desde o início do processo eleitoral. Um momento importante do debate aconteceu quando Jurandir chamou Leite de Fetter.

Marroni manteve a linha da campanha, estabelecendo a relação com os projetos de Dilma e Tarso, retomou experiências e realizações importantes do seus governo (2001-2004) e manteve a compostura ao sofrer os ataques de Matteo, Jurandir e Leite. Foi equilibrado e, se manteve fora da baixaria, mesmo rebatendo vários ataques que sofreu! 

Partidos de esquerda e centro-esquerda têm chances em 80% das capitais


Partidos de esquerda e centro-esquerda têm chances em 80% das capitais





Candidatos abrigados em legendas consideradas de esquerda ou centro-esquerda podem vencer no primeiro turno ou ir para o segundo em 21 das 26 capitais brasileiras nas eleições deste ano – o equivalente a 80%. Os principais partidos do país tradicionalmente enquadrados nesse espectro ideológico são o PT, o PSB, o PCdoB, o PDT e o PSOL.
Faltando uma semana para as eleições, as últimas pesquisas indicam que uma dessas legendas certamente vencerá em cinco capitais, onde ocupam o primeiro e o segundo postos na preferência do eleitorado, bem à frente dos demais concorrentes. São elas: Macapá (AP), Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT) e Porto Alegre (RS).
Das outras 16, os partidos de esquerda ou centro-esquerda lideram em sete: Rio Branco (AC), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belém (PA), João Pessoa (PB), Recife (PE) e Natal (RN).
Entre as 21 cidades, as situações mais difíceis estão no Rio de Janeiro (RJ), em Aracaju (SE) e Vitória (ES), onde candidatos de centro ou de direita lideram com larga vantagem, podendo vencer já no próximo dia 7.
O levantamento, feito pela Rede Brasil Atual com base nas pesquisas disponíveis, leva em consideração a orientação ideológica apenas dos partidos que encabeçam as chapas.
O PT é o partido mais bem posicionado no conjunto das capitais entre as legendas de esquerda, com chance em 11 delas. Pode vencer no primeiro turno em Goiânia; deve ir para o segundo turno em Rio Branco, Salvador, Fortaleza, Cuiabá, João Pessoa e São Paulo; aparece em terceiro lugar, mas tecnicamente empatado com o segundo colocado, em Vitória, Recife e Porto Velho; e trava uma disputa acirrada em Belo Horizonte, numa campanha que acabou polarizada entre Patrus Ananias (PT) e o atual prefeito Márcio Lacerda (PSB), com vantagem para este último.
O PSB tem chances em oito capitais (Fortaleza, Belo Horizonte, Cuiabá, Recife, Curitiba, Aracaju, João Pessoa e Porto Velho). O PDT aparece bem colocado em quatro (Macapá, Natal, Porto Alegre e Maceió) e o PCdoB em três (Manaus, Porto Alegre e Florianópolis), assim como o PSOL (Belém, Macapá e Rio de Janeiro).
Atualmente, esses partidos, excetuando-se PSOL, governam 14 capitais, sendo sete do PT, três do PDT, três do PSB e uma do PCdoB.
Veja abaixo como está a disputa entre os principais colocados em cada uma das 26 capitais, de acordo com as pesquisas mais recentes. As cidades marcadas com asterisco indicam possibilidade de vitória no primeiro turno.
Rio Branco (AC) – Ibope de 21 de setembro
Marcus Alexandre (PT) – 43%
Tião Bocalom (PSDB) – 39%
Maceió (AL) – Vox de 16 de setembro *
Rui Palmeira (PSDB) – 43%
Ronaldo Lessa (PDT) – 23%
Manaus (AM) – Ibope de 20 de setembro
Vanessa Grazziotin (PCdoB) – 29%
Arthur Virgílio (PSDB) – 29%
Macapá (AP) – Ibope de 22 de setembro
Roberto Góes (PDT) – 33%
Clécio Luís (PSOL) – 23%
Salvador (BA) – Datafolha de 27 de setembro
Nelson Pelegrino (PT) – 34%
ACM Neto (DEM) – 31%
Fortaleza (CE) – Datafolha de 27 de setembro
Elmano Freitas (PT) – 24%
Roberto Cláudio (PSB) – 19%
Moroni Torgan (DEM) – 18%
Vitória (ES) – Ibope de 23 de setembro * (margem de erro de quatro pontos)
Luiz Paulo (PSDB) – 43%
Luciano Rezende (PPS) – 22%
Iriny Lopes (PT) – 16%
Goiânia (GO) – Grupom de 16 de setembro *
Paulo Garcia (PT) – 40%
Jovair Arantes (PTB) – 11%
São Luís (MA) – Exata de 22 de setembro
João Castelo (PSDB) – 30%
Edvaldo Holanda Jr. (PTC) – 28%
Belo Horizonte (MG) – Datafolha de 27 de setembro *
Márcio Lacerda (PSB) – 45%
Patrus Ananias (PT) – 32%
Campo Grande (MS) – Ibope de 25 de setembro
Alcides Bernal (PP) – 35%
Edson Giroto (PMDB) – 31%
Cuiabá (MT) – Mark de 24 de setembro
Mauro Mendes (PSB) – 38%
Lúdio Cabral (PT) – 33%
Belém (PA) – Ibope de 22 de setembro
Edmilson Rodrigues (PSOL) – 38%
Zenaldo Coutinho  (PSDB) – 20%
João Pessoa (PB) – Ibope de 21 de setembro (margem de erro de quatro pontos)
Luciano Cartaxo (PT) – 29%
Cícero Lucena (PSDB) – 20%
José Maranhão (PMDB) – 18%
Estela Bezerra (PSB) – 14%
Recife (PE) – Datafolha de 27 de setembro (margem de erro de três pontos)
Geraldo Júlio (PSB) – 42%
Daniel Coelho (PSDB) – 22%
Humberto Costa (PT) – 17%
Teresina (PI) – Ibope de 21 de setembro
Firmino Filho (PSDB) – 32%
Elmano Férrer (PTB) – 27%
Curitiba (PR) – Datafolha de 27 de setembro
Ratinho Jr. (PSC) – 32%
Luciano Ducci (PSB) – 25%
Rio de Janeiro (RJ) – Datafolha de 27 de setembro *
Eduardo Paes (PMDB) – 55%
Marcelo Freixo (PSOL) – 19%
Natal (RN) – Vox de 23 de setembro *
Carlos Eduardo (PDT) – 47%
Hermano Moraes (PMDB) – 17%
Porto Velho (RO) – Ibope de 26 de setembro (margem de erro de quatro pontos)
Lindomar Gasçon (PV) – 29%
Mário Português (PPS) – 17%
Mauro Nazif (PSB) – 16%
Mariana Carvalho (PSDB) – 15%
Fátima Cleide (PT) – 12%
Boa Vista (RR) – Ibope de 25 de setembro *
Teresa Surita (PMDB) – 54%
Mecias de Jesus (PRB) – 19%
Porto Alegre (RS) – Ibope de 29 de setembro *
José Fortunati (PDT) – 47%
Manuela D’Ávila (PCdoB) – 24%
Florianópolis (SC) – Ibope de 25 de setembro
Cesar Souza Jr. (PSD) – 33%
Angela Albino (PCdoB) – 28%
Aracaju (SE) – Ibope de 14 de setembro *
João Alves Filho (DEM) – 51%
Valadares Filho (PSB) – 20%
São Paulo (SP) – Ibope de 27 de setembro
Celso Russomanno (PRB) – 34%
Fernando Haddad (PT) – 18%
José Serra (PSDB) – 17%
Palmas (TO) – Serpes de 22 de setembro
Carlos Amastha (PP) – 43%
Marcelo Lelis (PV) – 35%

Eric Hobsbawm, historiador marxista, morre aos 95 anos


Aos 95 anos, morre o historiador marxista Eric Hobsbawm





Da Redação
Atualizado às 12h06min 

Eric Hobsbawm, um dos principais historiadores do século XX, morreu nesta segunda-feira (1) aos 95 anos, anunciou sua família .
Hobsbawm, marxista ao longo de toda sua vida, cujo trabalho influenciou gerações de historiadores e políticos, morreu nas primeiras horas da manhã de hoje em um hospital em Londres, após uma longa doença, disse sua filha Julia.
Ele é autor de obra de quatro volumes sobre a história contemporânea, que abrangem desde 1789 data da revolução francesa, até 1991 com a queda da União Soviética, que é reconhecida como uma das obras mais importantes para o período.
Para o historiador Niall Ferguson, os livros “A Era da Revolução (1789 – 1848), a “Era do Capital” (1848 – 1875), “A Era dos Impérios” (1875 – 1914) e “A Era dos Extremos (1914 – 1991) são “o melhor ponto inicial para qualquer pessoa que deseje começar a estudar a história moderna”.
O imperialismo das potencias sobre os continentes asiático e africano, a revolução russa e o estabelecimento dos regimes burgueses na Europa também foram objetos de estudo do marxista.
O trabalho de Hobsbawm, porém, não se limitou a essa série de estudos e a idade parece não ter impedido o historiador de continuar com suas pesquisas e análises. Tendo em vista recentes acontecimentos mundiais como os atentados terroristas do 11 de setembro e a guerra dos Estados Unidos “contra o terror”, Hobsbawm publicou “Globalização, Democracia e Terrorismo” em 2007, uma compilação de palestras e conferências.
Em 2011, aos 94 anos, o historiador fez sua ultima contribuição e análise aos estudos do pensamento e da história marxista com o livro “Como mudar o mundo”. Prefácios, artigos, conferências e ensaios reunidos na obra explicitam a preocupação central do historiador em refletir sobre as transformações e nesse caso, sobre uma teoria que alicerça a revolução.
O “guru”
Hobsbawm foi apelidado de “guru de Neil Kinnock” (Kinnock foi líder do Partido Trabalhista britânico) no início de 1990, depois de criticar o Partido Trabalhista britânico por não manter-se atualizado com as mudanças sociais. Ele então assumiu a reforma da legenda que levou o nascimento do New Labour (movimento do Partido Trabalhista britânico, liderado por Tony Blair e Gordon Brown).
Ed Miliband, líder do Partido Trabalhista, descreveu Hobsbawm como “um historiador extraordinário, um homem apaixonado pela política e um grande amigo da minha família”.
Ele disse: “Seus trabalhos históricos levou centenas de anos de história britânica para centenas de milhares de pessoas. Mas ele não era apenas um acadêmico, ele se importava profundamente com a direção política do país. Na verdade, ele foi um dos primeiros a reconhecer os desafios do partido no final de 1970 e 1980 e a natureza mutável da nossa sociedade”.
Afiliação ao Partido Comunista Britânico
Por toda a sua vida Hobsbawm foi compromissado com os princípios marxistas que fizeram dele uma figura controversa, sobretudo, em sua associação ao Partido Comunista Britânico, em plena Guerra Fria.
Anos mais tarde ele disse que nunca tinha tentado diminuir as coisas terríveis que aconteceram na Rússia.  “Mas, acreditava que um novo mundo estava nascendo em meio a sangue, lagrimas e horror: revolução, guerra civil e fome. Por conta do colapso do Ocidente, nós tínhamos a ilusão de que mesmo que brutal, o sistema funcionaria melhor do que o ocidental. Era isso ou nada”, contou o historiador.
Nascimento
Hobsbawm nasceu em uma família judaica em Alexandria, no Egito, em 1917, e cresceu em Viena e Berlim, até se mudar para Londres com sua família em 1933, ano em que Hitler subiu ao poder na Alemanha. Hobsbawm desenvolveu seus estudos no King’s College, na capital britânica, e em Cambridge. Em 1947, começou a lecionar na Universidade de Birbeck, onde, anos depois, acabou por se tornar o reitor.
Ele se tornou um membro da Academia Britânica, em 1978, e foi premiado com o companheiro de honra em 1998.
Ele deixa sua esposa, Marlene, sua filha, Julia, e Andy filhos e José, e por sete netos e um bisneto.
Com informações do The Guardian e Opera Mundi

segunda-feira, outubro 01, 2012

Não Podemos Se Entregá Pros Home



O gaúcho desde piá vai aprendendo
A ser valente não ter medo ter coragem
Em manotaços dos tempos e em bochinchos
Retempera e moldura a sua imagem
(Não podemos se entregar pros home
Mas de jeito nenhum amigo e companheiro
Não tá morto quem luta e quem peleia
Pois lutar é a marca do campeiro)
Com lança cavalo e no peitaço
Foi implantada a fronteira deste chão
Toscas cruzes solitárias nas coxilhas
A relembrar a valentia de tanto irmão
E apesar dos bons cavalos e dos arreios
De façanhas garruchas carreiradas
E a lo largo o tempo foi passando
Plantando novo rumo em suas pousadas
E eram cercas porteiras aramados
Veio o trator com seu ronco matraqueiro
E no tranco sem fim da evolução
Transformou a paisagem dos potreiros
E ao contemplar o agora dos seus campos
O lugar onde seu porte ainda fulgura
O velho taura da de rédeas no seu eu
E esporeia o futuro com bravura

Não Podemos Se Entregá Pros Home

Leopoldo Rassier


Até à vitória, companheiros!!
 

domingo, setembro 30, 2012

A última do senador mineiro

A última do senador mineiro



Vamos nos divertir um pouco. Convido-os a analisarem comigo as pérolas proferidas pelo senador mineiro Aécio Neves em sua viagem ao Recife e a Salvador. Comecemos pela avaliação dos mandatos do ex-presidente Lula e o da presidenta Dilma Rousseff: 

“O PT não propôs nada de novo. Se contentou com os altos índices de popularidade. Usou essa popularidade para surfar. Não é posição de estadista. Lula não soube usar a popularidade para fazer um país melhor. Ele deveria gastar, usar essa popularidade, para fazer o que tinha de ser feito. Dilma vai no mesmo caminho”. 

Sim, vocês leram isso. Dizer que o PT não propôs nada de novo e desconsiderar todas as transformações pelas quais este país passou nos últimos anos – e continua passando – está no script da fala do senador. Claro que fugia do seu roteiro explicar de onde veio esta popularidade ou lembrar que o ex-presidente FHC deixou seu segundo governo tão em baixa que não conseguiu eleger um sucessor. 

Ao contrário do ex-presidente Lula que, além de eleger a presidenta Dilma Rousseff, manteve uma grande expressão junto ao povo brasileiro.

Fadiga de material?

Aécio, bem treinado, chegou ainda a afirmar que o PT estaria sofrendo fadiga de material. “Há um cansaço em relação à forma de agir do PT. Eles perderam a capacidade de se reformular. Por isto, um estágio na oposição iria fazer muito bem ao PT. Um poder tão longo, dez anos, não fez bem ao PT. Eles abandonaram a sua história”. Então nós é que estamos com fadiga de material? Sem propostas e sem projetos? Sem comentários...

Mas, foi em Salvador, que o senador perdeu as estribeiras. Ele esteve na capital baiana para ver de perto o estrago que o nosso candidato Nelson Pelegrino (PT) está provocando na candidatura demista de ACM Neto. E lá resolveu responder à ironia que o candidato do PT em São Paulo, Fernando Haddad, havia feito ao dizer que "se Aécio quer ser presidente, estude um pouquinho, leia um livro por semana. Pode ser na praia de Ipanema".

A resposta de Aécio, sem nenhuma elegância, foi "como não acho que ele [Haddad] possa ser tão idiota como parece às vezes, certamente ele quis dar ali uma estocada no presidente Lula, talvez não satisfeito com a incapacidade que [Lula] demonstrou até agora para alavancar sua candidatura”.

Frases pré-fabricadas

Conclusão: Aécio Neves quer aparecer. Mas, para isso, fala qualquer coisa que os marqueteiros mandam, como essas frases pré-fabricadas. Suas declarações são frases de efeito ditas quase por obrigação, já que nem ele acredita. Dizer que o Brasil não mudou... E logo em Salvador, onde seu candidato (ACM Neto) representa um passado de cumplicidade com a ditadura e com o autoritarismo.

E, pior, falar em fadiga de material quando seu partido, o PSDB, perdeu três eleições e agora caminha para uma derrota histórica. Não vai eleger nenhum prefeito nas capitais do Sul, Sudeste e Centro Oeste; corre o risco de não eleger nenhuma no Norte e no Nordeste; e vai disputar o segundo turno em três - São Luís, Teresina e Maceió - com sérias chances de perder.


Zé Dirceu: Tristeza pelo falecimento da Hebe Camargo


Uma notícia triste esta de que a Hebe morreu. Em sua generosidade estendeu a mão amiga para mim e esqueceu velhas divergências para adoçar meus dias amargos. 

Quando ia à Bahia, trazia e me enviava cocadas, uma de minhas paixões. Brincalhona e alegre, me derrubou numa rodada de vinho. Ela tinha proposto de vodca, mas eu não tive coragem de topar. Ficam sua alegria e sorriso, que facilmente viravam uma gargalhada feliz.



http://www.zedirceu.com.br//index.php?option=com_content&task=view&&id=16450&Itemid=2

o sistema político ruralista do país


Descortinando o sistema político ruralista do país



Em entrevista ao blog, o jornalista Alceu Castilho fala sobre sua pesquisa para escrever o livro Partido da Terra [editora Contexto, 240 páginas, preço em torno de R$ 25,00] e expõe a enorme capilaridade do poder ruralista em todo o território brasileiro. Baseado em um trabalho sério e minucioso, o livro é imprescindível para quem quer entender de onde vem a força dos ruralistas no Congresso Nacional e em todas as demais instâncias de poder em nosso país. Acompanhe a entrevista:

Sistema político ruralista

Durante minha investigação ficou muito clara a existência de um sistema político ruralista. Esse sistema precede a famosa bancada ruralista e explica, por exemplo, o fato de alguns partidos cederem vagas para o DEM na Comissão da Agricultura em troca de vagas em outras comissões. O PV, por exemplo, faz a mesma coisa, mas não ganha um assento na comissão de meio ambiente. Fala-se muito do Ronaldo Caiado, da Kátia Abreu e outros, mas se fossem só esses senhores, os ruralistas não teriam a força que têm. A força se dá por conta desta capilaridade que começa lá nas prefeituras, nas câmaras municipais, nas assembleias legislativas e que têm a ver com a perpetuação de clãs políticos ligados à questão rural.

Eu acompanhei, na pós-graduação da Geografia Humana da USP, a defesa de Sandra Gonçalves Costa que apresentou uma dissertação de mestrado sobre a bancada ruralista. Muitos dos dados apresentados por ela coincidem com os do livro e estão diretamente relacionados com o coronelismo e o patrimonialismo que persistem em nosso país. Sandra, em sua tese, mostrou a forte presença da conexão familiar com a terra. O tema central desta tese é que terra é poder e esses proprietários não são apenas capitalistas, eles se preocupam com a terra porque isso faz parte da cultura regional, local, e do status que exibem. Durante minha análise isso ficou claro, muitos políticos gostam de exibir o seu patrimônio. 

Coronelismo

Esse sistema político ruralista ao qual menciono está ligado às eleições porque o coronelismo tem a ver com eleições. Vitor Nunes Leal, em seu clássico “Coronelismo, Enxada e Voto”, mostra a defesa desses interesses agropecuários não só no Congresso, mas nas prefeituras e assembleias legislativas. Em meio a essa lógica, camponeses, indígenas, quilombolas ou trabalhadores rurais são sistematicamente excluídos. Basta ver os conflitos por conta da terrível desigualdade e da extremada violência. Durante a minha pesquisa eu encontrei histórias de jagunços contratados por prefeitos e deputados, e até milícias formadas em defesa desses interesses. Este quadro nos dá a dimensão da violência no campo e do que está acontecendo hoje no país. 

Além disso, como bem demonstra Sandra, nós temos uma história de grilagem. Em sua tese, ela conclui que os políticos proprietários de terras, em sua maioria, possuem terras improdutivas. Essa conclusão, infelizmente, eu não obtive porque avaliei as declarações do TSE. Mas, a Sandra levantou dados do INCRA e conseguiu identificá-la. E mais: as terras das empresas declaradas por esses políticos são ainda mais improdutivas. Essas empresas, informa Sandra, não são mais produtivas do que aquelas dos latifundiários arcaicos. Não existe modernidade nessas empresas e a porcentagem de terras improdutivas aumenta ainda mais. Em poucas palavras, a maior parte desses políticos está especulando com a terra e não está produzindo. Veja que é o discurso contrário do que ouvimos dos ruralistas. 

O professor Ariovaldo Umbelino de Oliveira (Geografia-USP), uma das maiores referências em geografia agrária deste país, está coberto de razão quando afirma que nós não temos controle sobre o território brasileiro. Veja os cadastros do INCRA. Embora eles permitam pesquisas como a de Sandra e a minha, ainda são muito incompletos. Há muita terra em nome de laranjas e de parentes e outras tantas que não foram declaradas. 

Trabalho escravo

No livro, eu destino todo um capítulo ao trabalho escravo e às mortes e ameaças aos camponeses. A partir de relatos do Ministério do Trabalho, do Observatório Social e os que obtive na imprensa em geral, colhi casos que tinham assinaturas de políticos. Eles entram na lista suja, mas logo saem, porque no caso das elites e das grandes empresas, acabam não parando nessas listas. Eu cheguei à conclusão que só em terras de políticos já mencionados a trabalho escravo nós temos mais de 100 mil hectares. Esse é um dado importante no contexto da PEC do Trabalho Escravo já aprovada, mas lamentavelmente congelada até que se defina o conceito de trabalho escravo.

Note que há duas bancadas ruralistas: uma mais flexível – até para não ficar mal com a opinião pública, já que precisa de votos – e outra menos flexível, aquela que é ruralistas até o fim dos tempos, até porque seus eleitores são igualmente ruralistas. O fato é que essa bancada mais flexível aprovou a PEC do Trabalho Escravo, mas ela vai ficar lá patinando até que detalhem o que significa trabalho escravo.


sábado, setembro 29, 2012

Chegada : "focinho a focinho"




Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Depois de ruminar os números discrepantes das pesquisas da última semana sobre a eleição para prefeito, velha raposa da cena política paulistana compara a reta de chegada a uma corrida de cavalo. "Não vai ser nem cabeça a cabeça... Desta vez, vai ser focinho a focinho".

Meu amigo de bar se referia à disputa pelo segundo lugar entre o tucano José Serra e o petista Fernando Haddad para ver quem enfrentará Celso Russomanno no turno final. Se bem que, do jeito que as coisas vão indo, não ficaria surpreso se, no dia da eleição, os três candidatos chegarem embolados, com final imprevisível para a corrida.

Em quase toda campanha eleitoral repete-se a mesma história com as pesquisas. Quando chega a hora da onça beber água, é um tal de candidato disparar ou despencar de repente, as curvas começam a dar um nó, é um sobe e desce danado abrindo e fechando a "boca do jacaré", sem que nada de muito grave ou um fato novo fabuloso tenha acontecido.

De repente, começa-se a tentar aproximar as pesquisas da realidade a ser revelada pelas urnas, com o jogo sendo feito dentro das famosas "margens de erro" para explicar as diferenças entre os diferentes institutos de pesquisa.

Entendo um pouco do assunto porque minha mulher trabalha no ramo, mas nem ela consegue me explicar como Serra aparece quatro pontos à frente de Haddad no Datafolha e Haddad um ponto à frente de Serra no Ibope e no Vox Populi _ tudo dentro da margem de erro, é claro.

Só uma coisa é certa: todos estão jogando no chamado "empate técnico", e qualquer desatenção pode ser a gota d´água, como na canção do Chico.

O ponto fora da curva no último Datafolha, divulgado na noite de quinta-feira, é a perda de cinco pontos (de 35 para 30%) registrada pelo azarão Russomanno, a primeira queda fora da margem de erro do candidato do PRB desde o início da campanha eleitoral.

É verdade que só agora Haddad e Serra resolveram atacar o líder nas pesquisas, depois de passar as últimas semanas travando uma sangrenta guerra particular entre eles. Resta saber se este é apenas um acidente de percurso ou uma tendência, o que só as próximas pesquisas poderão confirmar.

A nove dias da abertura das urnas, fortes emoções nos aguardam no Grande Prêmio da Prefeitura de São Paulo em que se transformou esta disputa eleitoral.

Demos já preparam o enterro

Por Altamiro Borges

Saiu hoje na coluna de Ilimar Franco, no sítio do jornal O Globo:

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O naufrágio do DEM
As conversas sobre a fusão do DEM ao PMDB serão retomadas. O DEM vai sair do pleito bastante enfraquecido. Sua direção já vinha sendo pressionada por deputados estaduais e federais, que precisam de bases fortes para enfrentar a reeleição. Seu presidente, o senador José Agripino (RN), interditou o debate no início do ano. Naquela época, o partido sonhava vencer em quatro capitais.

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No início da campanha eleitoral deste ano, os demos até que ficaram animadinhos com algumas pesquisas e, principalmente, com o incentivo da mídia “privada”. Teve gente que garantiu que o DEM sairia ressuscitado do pleito municipal. Alguns “calunistas” já davam como certa a vitória de ACM Neto, em Salvador, e de Moroni Torgan, em Fortaleza. Mas a vida é dura e o eleitorado não é bobo. As sondagens na reta final da campanha serviram como ducha de água fria nas aspirações dos oligarcas conservadores do DEM.

Diante do possível desastre, os demos voltam a debater a extinção da legenda. Logo após as eleições de 2010, com a derrota de vários coronéis da sigla (como Marco Maciel, Heráclito Fortes, César Maia, entre outros), o DEM entrou em crise. De mais de 100 deputados eleitos no reinado de FHC, a sigla despencou para 45 deputados. Para piorar, em meados do ano passado, alguns demos resolveram abandonar o barco a deriva e fundar o PSD, sob o comando do prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab.

Mas como desgraça pouca é bobagem, no início deste ano pintou o escândalo de corrupção envolvendo um dos principais chefões do partido, Demóstenes Torres, o “mosqueteiro da ética” da Veja. O senador, já lançado pela sigla como presidenciável para 2014, foi cassado por suas ligações com a máfia de Carlinhos Cachoeira. O discurso da ética, utilizado por uma legenda mais suja do que pau de galinheiro, caiu em total descrédito. A última chance de sobrevida era a eleição municipal. Mas, pelo jeito, também não deu certo. 


Russomano e Serra são “barbárie” em SP, diz Marilena Chaui




Eduardo Maretti
Rede Brasil Atual
Os candidatos Celso Russomanno (PRB) e José Serra (PSDB) representam duas vertentes da direita paulista igualmente prejudiciais à democracia, à inclusão e à cidadania, segundo definiu a filósofa Marilena Chaui em debate realizado ontem (28) à noite para discutir “A Política Conservadora na Cidade de São Paulo”. O debate ocorreu no comitê da educadora Selma Rocha, candidata a vereadora pelo PT. Russomanno e Serra são os principais adversários do petista Fernando Haddad na disputa pela prefeitura.
Segundo Chaui, Russomanno simboliza “a forma mais deletéria do populismo, porque é o populismo de extrema direita” de uma cidade “conservadora, excludente e violenta”, enquanto Serra encarnaria “um dos elementos de selvageria e barbárie do estado e da cidade de São Paulo”.
Ela define o candidato do PRB como herdeiro do populismo tradicional de São Paulo, na linhagem de Ademar de Barros e Jânio Quadros. O primeiro foi governador de 1947 a 1951 e de 1963 a 1966. O segundo, governador de 1955 a 1959 e prefeito da capital duas vezes (1953 a 1955 e 1986 a 1989), além de presidente da República por sete meses (de janeiro a agosto de 1961).
Por outro lado, diz Chaui, o candidato tucano representa o que ela chama de projeto hegemônico de PMDB e PSDB, há 30 anos dominando o estado.
“Começou com Montoro, depois Quércia, Fleury, o Covas e o Alckmin. É muito tempo. É curioso que se trata de um partido que chama o PT de totalitário. Eles estão há 30 anos no poder. Se isso é totalitarismo, totalitários são eles”, diz a professora de Filosofia Política e História da Filosofia Moderna da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Para ela, quem se compromete com a cidadania deve entender a gravidade do momento político: “Não podemos admitir nem a conservação no poder dos responsáveis pela barbárie, nem a retomada do processo característico também desta cidade protofascista, que é ter à sua frente figuras do populismo de extrema-direita. É nossa tarefa política, enquanto cidadãos, fazer com que cada um, ao nosso lado, compreenda isso”.
Marilena Chaui considera “uma tarefa libertária” a superação do entrave à cidadania representado pelas duas forças políticas que dominam uma “cidade na qual a violência, seja real, seja imaginada, é a forma da relação social e das relações entre as pessoas – para que a cidade se reconheça numa possibilidade nova”.
Candidatos “novos”
Na sua fala, ela disse ser preciso desfazer a confusão provocada pela ideia de que Russomanno e Fernando Haddad (PT) são os dois candidatos novos na eleição paulistana.
“Tenho insistido em mostrar que, em primeiro lugar, não se pode confundir um rosto que não está identificado ao universo da política com o novo. Mas em segundo lugar, é preciso localizar Russomanno nessa vertente antiga enraizada na cidade de São Paulo, que é a posição política conservadora, autoritária, do populismo de extrema direita”.
Para Marilena, o ex-governador Paulo Maluf, cujo partido (PP) está aliado ao PT não eleições paulistanas, não se enquadra na tradição política representada por Russomanno, mas na do “grande administrador”, que ela identifica com Prestes Maia (prefeito de São Paulo de maio de 1938 a novembro de 1945) e Faria Lima (prefeito de 1965 a 1969). “Afinal, Maluf sempre se apresentou como um engenheiro.”
Para a filósofa, as forças políticas conservadoras transformaram São Paulo em uma cidade que “opera um processo contínuo de expulsão da classe trabalhadora, das classes populares, de qualquer centro no qual o poder público tenha feito intervenção de melhorias urbanas. Se tiver asfalto, luz, água, esgoto, semáforo, você pode contar que a exclusão já está a caminho. E no lugar dela [classe popular] você tem os espigões, essa verticalização absolutamente desgovernada. Nós estamos aqui para propor a ruptura com essas tradições, com essas políticas conservadoras, com o que está sedimentado e nos sufoca, dia a dia”.
Sobre a realidade eleitoral caracterizada hoje pela fuga dos votos tradicionais do PT, das zonas leste e sul da capital, para Celso Russomanno, Marilena Chaui disse à RBA que acha “possível virar isso”. Para ela, é preciso “mostrar à periferia o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida e todas as políticas sociais que não foram implantadas e que deixam a periferia ao deus-dará”. Em outras palavras, politizar a campanha de Fernando Haddad, o que “acontecerá no segundo turno”, acredita.

A semana termina com o PT consolidando a passagem de seus candidatos para o 2º turno

A semana termina com o PT consolidando a passagem de seus candidatos para o 2º turno




A semana termina com o candidato do PT e dos partidos aliados a prefeito de São Paulo, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, empatado com o concorrente tucano, José Serra (PSDB-DEM-PSD-PV). José, nesta 4ª vez em que disputa a prefeitura paulistana, estacionou ou só cai nas pesquisas.

Esta performance estagnada de José está evidenciada mais uma vez na pesquisa Datafolha publicada hoje, e no histórico dos vários levantamentos realizados por este e por outros institutos. Já o candidato do PT e aliados percorreu o caminho oposto.

Haddad cresceu em todas pesquisas. Outro fato importante é a virada do candidato petista em Salvador, o deputado Nelson Pelegrino (PT-BA), que garante 2º turno para os eleitores da capital baiana e já dexou para trás seu principal concorrente, o deputado ACM Neto (DEM-BA).

Na Bahia virada é ignorada pela mídia


Na Bahia, impressionante mesmo é o silêncio da mídia sobre esta queda de ACM Neto. Também é marco no fim de semana que se aproxima o 1º lugar conquistado pelo nosso candidato em Fortaleza, Elmano de Freitas (PT), ex-secretário de Educação municipal da prefeita Luizianne Lins (PT).

E vejam, estou falando dos candidatos do PT que foram os principais alvos de toda uma torcida - eu diria mesmo, de uma campanha - contra o partido e seus candidatos, dados por semanas seguidas pela oposição e analistas políticos como derrotados.

É o caso, também, de Belo Horizonte. Lá, o candidato do PT, ex-prefeito de BH e ex-ministro Patrus Ananias continua firme na disputa com 40% dos votos válidos, enquanto seu principal adversário, o prefeito candidato à reeleição Márcio Lacerda (PSB-PSDB) cai vários pontos percentuais.

Adversários e analistas erraram quando vaticinaram derrotas do PT


O resultado a que chegou Patrus é surpreendente, já que ele enfrenta duas poderosas máquinas de governo (a da Prefeitura de BH e a do governo de Minas) e uma aliança entre o atual prefeito Lacerda e o principal líder mineiro e da oposição nacional, senador Aécio Neves (PSDB-MG).

No Rio, entre o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e o deputado Marcelo Freixo (PSOL), e em Porto Alegre, entre o prefeito José Fortunatti (PDT) e a deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) a eleição tende a ser resolvida no 1º turno.

Em Curitiba o candidato tucano-socialista, Luciano Ducci (PSB-PSDB), prefeito candidato à reeleição perde o 1º lugar. E é derrotado, também, em todos cenários de 2º turno, por Ratinho Junior (PSC). Em Recife o candidato do PT, senador Humberto Costa (PT-PE) corre o risco de ficar fora do 2º turno e ainda sofre com divisões e divergências internas dirigidas pelo atual prefeito petista João da Costa e correntes do PT.

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